domingo, março 11, 2007

Bastidores do Poder


A Rainha impressiona em vários sentidos, não só pela soberba atuação de Helen Mirren (Vencedora do Oscar de Melhor Atriz), que praticamente se transformou na Rainha Elizabeth II, como também os outros atores fisicamente semelhantes aos personagens originais, (o Principe Charles da produção é quase idêntico ao original) , como também pelo seu roteiro honesto e sincero e imparcial, a direção segura do experiente Stephen Frears (Indicado ao Oscar de Melhor Diretor).
O ponto de partida do longa se dá em 1997 com a nomeação do Primeiro Ministro Tony Blair (Michael Sheen), mas a espinha dorsal do argumento é a morte da princesa Diana e sua repercussão dentro e fora dos muros reais. O episódio causou comoção internacional e levantou questões como: até onde a imprensa pode chegar pra conseguir um furo de reportagem? Já que o acidente ocorreu durante uma perseguição por um grupo de paparazzis. Além de levar a discussão sobre o respeito à privacidade das celebridades, já que uma foto da princesa com o novo namorado valia milhões nos tablóides sensacionalistas. Mas a grande questão abordada não é essa, e sim a atitude da rainha diante do acontecido.
A família real estava de férias durante o acontecido no castelo Balmoral na Escócia e a Vossa Majestade se recusava a interrompê-las e voltar ao palácio de Buckingham, nota-se claramente o ressentimento com a ex-nora. A monarca recusa-se a quebrar o arcaico protocolo e deixar a bandeira do palácio a meio mastro, como também defendia a idéia de um funeral discreto, apenas para a família. Além de não se pronunciar sobre o acontecido. Essa atitude causou furor entre os súditos, que ficaram chocados com a falta de sensibilidade da soberana diante de tamanha tragédia e sua popularidade estava por um fio. Sobra para Blair a missão de tentar reverter a situação negativa diante a opinião pública, da imprensa, tablóides e do mundo. Um ponto interessante da produção são as cenas de arquivo, magistralmente inseridas ao desenrolar da estória, gerando ainda mais veracidade ao argumento.
Quem gosta de uma boa teoria da conspiração afirma que a família real teve alguma coisa sobre o acidente, mas isso nunca foi provado. Inclusive na cena em que Elizabeth II chega ao palácio e lê as mensagens póstumas para Diana, uma delas diz que a família real tem sangue nas mãos. Com o sucesso de A Rainha, não deve demorar para que seja produzida uma cinebiografia de Lady Di.
No fim fica a sensação de ser uma testemunha ocular e conhecer tão de perto, a vida não apenas palaciana da monarca, suas decisões, sentimentos e ressentimentos, já que ela não pode expressar suas emoções e suas fraquezas pois além de tudo ela é humana e a responsabilidade e o peso de uma nação sobre suas costas. Destaque para a bela fotografia que ficou a cargo do diretor brasileiro Afonso Beato.

2 comentários:

Fabrício Veloso disse...

Achei A Rainha um filme regular, vale pelo elenco, trilha sonora e a boa fotografia do Beatto. Mas esperava mais, especialmente por ter sido orquestrado pelo Frears, um cineasta de primeira.

Anônimo disse...

O filme parece ser bom, né cherrie? Tu viu 300? gostou? Bjos dançantes.

Incrível como algumas músicas desencadeiam lembranças guardadas bem no fundo do inconsciente. O disco “To The Faithfull Departed” dos Cranbe...