quinta-feira, dezembro 07, 2006

Cheiro de Oscar

Martin Scorsecese nunca levou um Oscar, uma tremenda injustiça. Tudo levava a crer que o excelente “O Aviador” iria corrigir esse deslize da academia, não foi dessa vez. As indicações serão reveladas em janeiro e não será surpresa que “Os Infiltrados” seja um dos campeões das indicações principais, quem sabe dessa vez Scorsese leve a melhor. O filme é uma refilmagem de um filme de Hong Kong chamado “Infernal Affairs” (2002), que por aqui foi batizado de “Conflitos Internos”, só foi trocado o local da ação, esse se passa em Boston.
Os Infiltrados é um filme intrigante, intenso, violento dentre outros tantos adjetivos. A estória gira em torno de Colin (Matt Damon), garoto pobre descendente de irlandeses, que é digamos assim “adotado” pelo chefão da máfia de Boston Frank Languella (Jack Nicolson, excelente) que paga seus estudos, e faz com que ele ingresse na força policial e se infiltre. Já Bill (Leonardo DiCaprio, cada vez melhor) é um jovem policial, marcado pela violência e que recebe a ingrata missão de se infiltrar na gangue de Frank. Os dois cresceram no mesmo bairro, trabalham na mesma corporação, mas não se conhecem. E terão que descobrir a identidade um do outro.
E acredite o filme não é tão simples assim, a trama é bem complexa e cheia de reviravoltas, o que o deixa ainda mais interessante e o final é digamos assim surpreendente, irônico. Destaque para a trilha sonora, formada basicamente por grandes nomes do Rock dos anos 70 como Pink Floyd, Rolling Stones, Beach Boys e a desconhecida Dropkick Murphys que mistura guitarras pesadas com instrumentos irlandeses (alusão a origem dos personagens), deixando a trilha ainda mais deliciosa.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Magnífico!


Os pingüins estão na moda, ano passado roubaram a cena na animação Madagascar e o documentário francês A Marcha dos Pingüins, que mostra o ciclo de reprodução e migração dos pingüins imperadores, foi uma das maiores bilheterias de 2005 nos EUA e na França, além de levar o Oscar de melhor documentário, e com Happy Feet não está sendo diferente, a animação ocupa o primeiro lugar nas bilheterias americanas há três semanas consecutivas, desbancando pesos pesados como Cassino Royale, o novo 007.
O filme bebe na fonte de Moulin Rouge, onde músicas de sucesso são interpretadas pelos personagens e já inicia com a canadense K. D. Lang interpretando a bela versão de “Golden Slumbers” dos Beatles mostrando as belas e brancas paisagens do pólo sul e por aí vai, os números musicais são bem variados e músicas de artistas consagrados como: Elvis (Heartbrake Hotel), Queen (Somebody To Love), Prince (Kiss), dentre outros, pois cada um tem sua canção e desde a saída do ovo, é treinado para interpretá-la, menos Mano (Elijah Wood no original e Daniel de Oliveira na versão dublada), que não consegue emitir nenhuma nota, em compensação sapateia como ninguém, gerando preconceito e indiferença da colônia e decepção para os pais Norma (Nicole Kidman) e Menphis (Hugh Jackman), nas suas andanças ele encontra outra colônia de outra espécie, que são menores e não são muito chegados a cantoria, e se envolve com uma divertida gang de pingüins latinos (!) que o mostram que ser diferente não é tão ruim assim. Outro ponto interessante é a mensagem ecológica passada pelo filme e para os pingüins, a espécie humana são alienígenas que poluem e levam embora os peixes.
A animação é de cair o queixo, algumas seqüências não parecem terem sido geradas por computação gráfica de tão próximas a realidade, as cenas de ação são frenéticas e muito tensas, onde os personagens tem que escapar de predadores como focas e orcas, sempre retratados em outros filmes como animais amigos e fofinhos aqui mostram sua face selvagem. O único pecado de Happy Feet é a dublagem brasileira, é incrível como a versão brasileira sempre tem que escalar atores famosos, sempre globais, na maioria das vezes sem nenhum talento para dublagem como o fiasco Sidney Magal, que substitui Robin Willians no original, lamentável.

quarta-feira, setembro 06, 2006

Fala Sério!


Compreender o público é muito difícil, o Casseta e Planeta lançou em 2003 o ótimo A Taça do Mundo É Nossa, um filme hilário e inteligente, que não tinha relação nenhuma com o programa semanal exibido pela Globo, mas injustamente não foi tão bem nas bilheterias, levando pouco mais de 800 Mil expectadores ao cinema. Tentando reverter à situação, eis que eles lançam esse “Seus Problemas Acabaram”, agora com uma abordagem muito parecida com o programa televisivo e dirigido por Jose Lavigne que dirige o programa há 16 anos, outros recursos para chamar a atenção do público são as pontas rápidas de celebridades como Juliana Paes, Luana Piovani e Marcos Pasquim e a participação dos personagens fixos dos esquetes do programa como Fucker And Sucker, Chicória Maria e o insuportável Seu Creyson dentre muitos outros personagens, mas o filme não funciona, não é engraçado, talvez pelo roteiro fraco ou pelas piadas meia boca repletas de situações chulas, apelativas, beirando a escatologia, em uma delas Bussunda faz sexo com uma tartaruga marinha e noutra um personagem tem um problema com um equipamento tabajara e seu traseiro vira para frente.
A estória gira em torno das Organizações Tabajara, que está sendo processada por um cliente (Bussunda), que comprou um produto chamado Borogodol, que faz com que qualquer homem se torne irresistível aos olhos de uma mulher, mas o produto tem efeitos colaterais terríveis como ser perseguidos por animais no cio, cabe ao advogado idealista Botelho Pinto (Murilo Benício) acusar a empresa e defender os interesses do seu cliente, uma clara sátira a filmes de tribunal, mas o filme não se resume a isso à quantidade de situações e personagens e situações é muito grande, uma verdadeira salada que ao invés de divertir só piora a situação.
Salvam-se ainda que com ressalvas os bons efeitos especiais em algumas cenas e uma meia dúzia ou menos de piadas envolvendo paródias a filmes brasileiros como Cidade de Deus em que imitam até os movimentos de câmera do filme original e Xuxa e Os Duendes, nessa, por exemplo, temos uma Maria Paula vestida de Xuxa em figurino rosa ridículo chicoteando os tais duendes, a cena é rápida, mas é engraçada.
No final das contas, apenas um final lamentável, uma música debochada com o singelo título “O amor é um peido” e muita decepção, os créditos tem algumas piadinhas sem graça, uma homenagem ao saudoso Bussunda e como se não fosse suficiente uma piada pós créditos envolvendo o chato Seu Creyson. Uma bomba, fala sério.

terça-feira, setembro 05, 2006

Um Belo Conto De Fadas



Só pra começar, nesse filme não tem final surpresa, como estamos acostumados a ver nos filmes do diretor de O Sexto Sentido, nem por isso ele é ruim, pelo contrário é um belo conto de fadas, pois foi baseado em uma história inventada pelo diretor para fazer suas filhas dormirem, mas isso não impede que tenha um bom punhado de suspense e tensão e um toque de humor.
A Disney financiadora dos projetos anteriores do cineasta não aceitou filmar este projeto, fazendo com que a lucrativa parceria fosse rompida, daí a Warner Bros. Assumiu o projeto de braços abertos, dando total liberdade ao diretor, mas o tiro saiu pela culatra, pois a crítica bombardeou o filme com críticas negativas e os americanos ignoraram o filme fazendo com que não fosse tão bem nas bilheterias quanto se esperava.
O filme inicia com uma simples, mas interessante animação onde o narrador conta a lenda da amizade entre os homens da superfície e o povo do mar, mas com o passar do tempo à ganância dos homens por terras, afastou-os do litoral e essa amizade foi sendo esquecida, mas o povo do mar ainda persiste e continua mandando seus emissários contatarem os humanos, mas esse contato requer muitos cuidados, pois os perigos são muitos, começando pelos “Scrunts”, uma espécie de lobo feito de grama que caça sem piedade quem se atreve a sair da água.
Em um condomínio somos apresentados a Cleeveland Heep (o excelente Paul Giamanti), o zelador do condomínio que está desconfiado que alguém esteja usando a piscina do prédio após o horário permitido, daí ele encontra uma moça chamada Story (Bryce Dallas Howard, a cega de A Vila) que revela ser uma Narf (ninfa marinha) e explica que tem uma missão a cumprir na terra: encontrar um humano que mora ali e inspira-lo a escrever um livro que mudará a história da humanidade, mas Story corre perigo e sua missão não será nada fácil.
O filme conta com personagens bem construídos e interessantes, como os moradores do condomínio com suas esquisitices e características marcantes, por exemplo temos um crítico de cinema, que segundo boatos foi o motivo da crítica ter avacalhado o filme, um sujeito fechado, sem amigos e sempre de mal com o mundo, ou a senhora coreana que não fala inglês e sua fila que são uma parte fundamental na estória, os latinos barulhentos e um monte de outros tipos.
No fim das contas, não é o melhor filme do diretor, A Vila ainda ocupa esse espaço na minha mente, mas nem por isso de ser divertido.

terça-feira, maio 23, 2006

Muito Barulho Por Nada

O Código Da Vinci, adapatação do best seller de Dan Brown, chega aos cinemas depois de figurar por meses nas listas de mais vendidos em todo mundo, estima-se que a obra já vendeu 40 milhões de exemplares ao redor do planeta, causando polêmcia, boicotes, sendo censurado em alguns países, nada como uma boa polêmica para alavancar um filme, vide os recentes: "Dogma" do diretor Kevin Smith, porque era protagoziado por anjos assasinos e tinha Alanis Morisette interpretando Deus e "A Paixão de Cristo" dirigido por Mel Gibson, pelas cenas de violência.
A obra tem início com o assasinato do curador do Museu do Louvre Jacques Saunière (Jean Pierre Marielle) pelo monge Silas (Paul Bettany). Saunière em seu último esforço de proteger o segredo guardado por séculos, por uma sociedade secreta chamada O Priorado De Sião, deixa pistas e uma misteriosa chave para a neta Sophie Neveu (Audrey Tautou) no intuito que ela descubra o segredo e procure Robert Langdon (Tom Hanks), então Langdon é procurado pela polícia francesa, por ser mestre em simbologia de Havard, mas o investigador Bezu Fache (Jean Reno) acredita que Langdon é o principal suspeito. Cabe aos dois decifar o mistério que é formado por pistas escondidas nas obras do gênio Leonardo Da Vinci (que também fazia parte da sociedade) e escapar da falsa acusação.
O filme foi bem adaptado, não deve ter sido fácil condensar 440 páginas e fazê-lo funcionar na tela, os atores foram bem escolhidos, só achei que o Tom Hanks não é muito adequado ao Langdon descrito no livro, o Russel Crowe era o meu favorito para o papel, a fotografia é primorosa repleta de belas paisagens európeias e os lugares históricos foram bem fotografados e convenhamos não há como filmar em Paris e ficar feio ou sem graça, a trilha sonora do competente Hans Zimmer funciona no envolvimento da trama.
Um recurso do filme que merece atenção são os flashbacks, houve quem os achasse cansativos, mas são essenciais para a compreensão, uma ou outra cena foi alterada, mas nada que comprometa a estória, já foi final um pouco alterado, o romance entre os protagonistas foi cortado.
O livro causou tanta polêmica pelas suas teorias, entre uma delas dizia que Jesus era um homem comun, que foi casado e teve filhos com Maria Madalena, o autor ousou ao brincar com personagens sagrados, mas não é para ser levado a sério, é apenas entreterimento, não vejo por que para tanta repercusão, é apenas um livro, apenas ficção, uma fuga da realidade. Outra que não ficou nada satisfeita foi a Opus Dei, uma organização católica, que é retratada como vilã na trama, exigiu que antes da exibição fosse veiculado um letreiro avisando que essa era uma obra de ficção, a Sony ignorou o pedido.
Na minha opinião cabe ao indíviduo o discernimento dos fatos e só uma pessoa muito ingênua ou sem fé, tomaria esses fatos como reais.
O Código Da Vinci é apenas uma divertida e inteligente ficção, não é para ser levado a sério e a polêmica só despertará a curiosidade do público e que venha "Anjos e Demônios", preludio deste e que se passa dentro do vaticano.

terça-feira, maio 09, 2006

Crime Perfeito


Nunca tinha visto um filme de Spike Lee, apenas havia lido que são inteligentes, tem bons diálogos, e que conteúdo políticos e racismo são assuntos latentes na maioria deles, com esse não foi diferente, apesar de ser mais comercial que os outros, o filme possui uma fórmula bem elaborada que junta: inteligência, diálogos inteligentes e personagens bem construidos, além de muito sarcasmo.
Logo no início de O Plano Perfeito, o chefe da quadrilha Dalton Russel (Clive Owen) se apresente e faz um lead de todo o filme, dizendo que este é sobre um assalto a banco, e explica toda a ação, o mais interessante é o porque: Porque eu posso.
Logo depois ladrões disfarçados e fortemente armados entram em um banco e anuncaiam o assalto, mandam todos os reféns deitarem no chão, depois disso mandam que todos se vistam com roupas iguais as deles, então é acionada a equipe policial chefiada por Keith Miller (Denzel Washinton) e iniciada a negociação, depois somos apresentados ao presidente do banco, o Sr. Crane (Christopher Plummer), um homem poderoso, a situação do banqueiro é complicada, pois o segredo que pode destrui-lo está guardado em um dos cofres do banco, para resolver esse pepino, ele contrata a Srta. White (Jodie Foster), uma lobbista ambiciosa que irá negociar com os bandidos para reaver o objeto a qualquer custo.
Outro ponto interessante é a apresentação dos reféns, em uma espécie de preview durante o filme, onde são intercaladas cenas do cativeiro e do interrogatório dos mesmos, então se percebe a diversidade de raças e nacionalidades e o preconceito que os mesmos sofrem.
Não dá pra falar mais sobre a estória para não atrapalhar as boas surpresas, o filme é um quebra cabeças delicioso de se resolver.

quarta-feira, abril 26, 2006

Evolução em Todos os Sentidos.


Me recuso a chamar “Underworld” de “Anjos da Noite”. Nunca ouvi falar que lobisomens e vampiros fossem anjos.
O primeiro filme chamou atenção pela estória inteligente, meio quadrinhos e RPG, onde uma guerra secular entre vampiros e lobisomens acontece sem o conhecimento da humanidade, além da modernização, a junção de dois personagens míticos que há séculos assombram a humanidade, lembro que por impasse das distribuidoras brasileiras, o primeiro capítulo chegou bem atrasado ao Brasil, mais de um ano, se não me engano, mesmo tendo sido um dos grandes sucessos do ano lá fora, além de já ter sido lançado em DVD com direito até a uma “Edição do Diretor”, que nunca chegou por aqui.
O segundo capitulo da saga, demorou menos a estrear por aqui, ganhou o merecido título de “A Evolução”, com direito a um orçamento bem maior, efeitos especiais superiores, o diretor Les Wiseman (marido de Kate Backinsale), que também é o autor do roteiro, retorna sua saga exatamente onde parou no primeiro filme, mas não sem antes refrescar a memória do expectador para os acontecimentos anteriores e mostrar a origem do conflito entre as duas raças, um recuso interessante para quem não viu o primeiro filme.
Selene (a bela Kate Backinsale) e Michael (Scott Speedman), o lobisomem/vampiro do primeiro filme se empenham para descobrir a verdade sobre o conflito milenar e o porque o passado da família de Selene se mistura com o conflito.
Marcus (Tom Curran), o último dos vampiros anciãos acorda de sua hibernação ao beber o sangue de um “Lycan” (ou lobisomem se preferir), transformando-se em híbrido, meio vampiro, meio lobisomem, passa a perseguir Selene e Michael, mas ele não é o único, Alexander Corvinus (Derek Jacobi), um rico imortal e pai de Marcus, também está no encalço da dupla, o vampiro pretende descobrir o local onde seu irmão William, o lobisomem original que está aprisionado, já o imortal pretende impedir que isso aconteça pois sabe o dano que isso pode causar a humanidade.
Agora é esperar pela terceira parte, que já foi anunciada e deve ser lançada daqui a uns dois ou três anos e promete muito.

Pra Chorar De Tanto Rir!

"Todo Mundo Em Pânico" fez história e continua fazendo já está no 4 e o 5 já está em pre-produção, o primeiro filme conseguiu revitalizar um gênero esquecido nos anos 80, as comédias debochadas ou sátiras que parodiavam os filmes da época, vide os ótimos Top Gang 1 e 2, que ainda hoje provocam boas risadas.
Depois de vitimarem os filmes de terror adolescente, agora a bola da vez são as comédias românticas, gênero ignorado por alguns, mas mesmo com toda sua sacarina, ainda agrada muito, a uma grande parte do público, não há nada melhor que uma comediazinha água com açucar pra relaxar, atire a primeira pedra quem nunca achou legalzinho quando o casal fica junto no final.
O próprio título do filme "Uma Comédia Nada Romântica, já avisa logo a que veio. Nessa nova diagamos assim, empreitada, ninguém do gênero foi polpado: "O Amor é Cego", "Casamento Grego", "Entrando Numa Fria", "O Casamento dos Meus Sonhos", "O Diário de Bridget Jones" e "Hitch – Conselheiro Amoroso", nem mesmo os "clássicos" do gênero escaparam, os longinquos "Uma Linda Mulher" e "Harry & Sally - Feitos Um Para o Outro" (aquele da famosa cena em que Meg Ryan finge um orgasmo na mesa de um restaurante), em piadas totalmente aquem a estória, a salada é tão grande que ainda inclui outros filmes que não são comédias românticas, mas mesmo assim fora sacaneados: "Kill Bill", a comédia de ação "Sr. e Sra. Smith", destaque também para o recente "King Kong", onde Carmen Electra, que está se tornando a rainha das pontas no gênero, é esmagada pelo símio e para uma outra cena em que Michael Jackson é espancado pr uma mãe enfurecida.
Vamos ao enredo, Julia Jones (Alyson Hannigan, a ruiva com a flauta de American Pie), acima do peso e nem um pouco atraente procura Hitch, um anão conselheiro amoroso especializado em juntar celebridades, para dar um jeito em sua vida sentimental, então depois disso ela passa por uma "recauchutagem" numa oficina mecânica (!) e se torna atraente e vai buscar um pretendente em um reality show.
Não como negar que mesmo com toda grosseria nesse tipo de humor que há uma ponta de inteligência e que rende boas gargalhadas com suas situações constrangedoras, palavrões e piadas que fazem corar os mais conservadores.

quinta-feira, abril 20, 2006

Bizarramente Interessante.


Há tempos eu procurava esse livro, então num belo dia encontrei-o em um sebo na internet, em uma edição que fazia parte de uma coleção de livros do Estadão (porque será que essas coisas nunca chegam aqui?). Tinha ouvido vários comentários de que era muito bom, além de estar sendo adaptado para o cinema, já vi um teaser bem interessante e o filme deve chegar as telas ainda esse ano.
"O Perfume" do autor alemão Patrick Süskind foi publicado em 1985 e foi primeiro lugar por várias semanas na lista dos mais vendidos nos países que foi lançado, o mesmo conta a “saga” de Jean-Baptiste Grenouille, filho de uma feirante, ele nasce em um dos lugares mais fétidos de Paris, e para espanto da mãe, não exalava cheiro algum, o que o levou a ser considerado filho do demônio, sendo despachado para um orfanato após o outro, pois ninguém o queria por perto, só que em compensação ele tinha o olfato mais apurado do mundo, podia sentir um cheiro a quilômetros, ele cresce e depois de sofrer muito trabalhando em curtume, consegue ser aprendiz de um perfumista que se impressiona com a sua facilidade em criar novas fragrâncias e vê nele uma mina de ouro, mas Grenouille está à procura da fragrância perfeita, um perfume que provoque um profundo amor nos homens, nem que para isso seja preciso matar.
O livro tem um ritmo ágil, como todo bom livro, as surpresas surgem a cada página, as personagens são complexas e interessantes, principalmente o principal, não se sabe o que sentir sobre ele, pena, raiva, asco, além de um final surpreendente.


And So It Is...


O mercado fonogáfico brasileiro é mesmo engraçado, esse disco foi lançado em 2003, tinha tudo pra fazer sucesso por aqui, só veio a acontecer devido ao sucesso do filme Closer - Perto Demais, a música em questão é "The Blower´s Daugther" que toca no início e no final do filme.
Agora parece que "poupularizou" de vez, a Simone já fez uma versão chamada "Então Me Diz" (nada haver), já com a Ana Carolina ficou "É Isso Aí", e agora a versão original foi parar na trilha sonora da novela Belíssima
Damien Rice é irlandês, tem um estilo bem alternativo e é sucesso em toda Europa. O CD não é daqueles que você compra só por uma música, as outras 9 faixas são perfeitas, concordo que a capa não é das mais bonitas, mas não se deve julgar um livro, nesse caso um disco pela capa. "O" tem uma sonoridade delicada, acústica de violões e violoncellos, voz e letras marcantes, uma mistura bem dosada de Jazz e Folk o que torna o disco tão agradável de se ouvir, destaque para "Volcano", "Delicate" "Cannobal" (que já foram trilha de vários filmes) e para a furiosa "I Remember".
Pelo menos com essa "popularização" pode ser que a gravadora se esforce em lançar os futuros trabalhos por aqui.

quarta-feira, abril 19, 2006

Bobagem!


Não é de hoje que semelhanças absurdas acontecem entre os desenhos da Disney e da Dreamworks, vide "Formiguinhaz" e "Vida de inseto", lançados com pouco tempo de diferença com um mote parecido mas com histórias um pouco diferentes. Depois veio o fraquinho "O espanta tubarões" e "Procurando Nemo", ambos se passam no fundo do mar. Coincidência? Duvido, eu apostaria em espionagem.
E esse "Selvagem" então, as semelhanças com "Madagascar" são gritantes, animais no zoo do Central Park que embarcam numa jornada pra resgatar um deles que foi mandado para a selva, sendo que em termos de história, "Madagascar" dá de dez a zero nesse "Selvagem".
O filme tinha tudo pra ser legal, uma animação perfeita, bons personagens, mas tudo isso é mal explorado, o argumento não empolga e olhe que foi escrito por quatro pessoas, as piadas não tem graças e soam fora de hora, enfim um tédio, mas se quiser arriscar a estória é a seguinte:
O leão Sansão é a atração do Zoo do Central Park (Alex, o leão de Madagascar também), tem um filhote chamado Ryan que não consegue rugir, deixando o leãozinho constrangido e tornando-o motivo de piada, entre as pessoas e os animais, então Ryan foge e entra em um container que será levado a um país distante (a zebra de Madagascar também fez isso), então o pai tenta a todo custo encontrar o filho, com a ajuda dos outros animais, Benny um esquilo (apaixonado pela girafa), Bridget uma girafa, Larry uma sucuri burra e Nigel um coala sarcástico (que é o responsável pelas poucas piadas que funcionam).
O filme tem uma pequena melhora perto do final quando aparecem outros personagens como os camaleões e os "vilões" do filme são apresentados, os Gnus que além de serem dançarinos, se uniram e não aceitam mais estar no topo da cadeia alimentar e para isso precisam comer um leão para se tornarem carnivoros.
A compra da Pixar foi bem oportuna, já que sem a mesma a Disney amargava um fracasso após o outro, agora resta esperar por "Carros" que promete ser outro sucesso.

terça-feira, abril 11, 2006

Excelente e Ponto Final!

Nunca fui fã de Woody Allen, vi alguns de seus filmes e confesso que detestei, principalmente "Melinda & Melinda" que deveria ser um misto de drama e comédia que acaba se tornando uma tremenda chatice.
Fui ver Match Point com um pé atrás, desconfiado mesmo, o elenco (que elenco) tinha me chamado atenção e já havia lido boas críticas (não que eu me baseie por elas), e a falta de opção de filmes em cartaz acabou me fazendo conferir e não é que valeu a pena.
Parece que a mudança de ares fez muito bem ao diretor, Allen trocou a sua querida Manhattan por Londres, tudo culpa dos incentivos fiscais e o capital londrino investidos na produção.
A estória gira em torno de Chris (Jonhnatan Rhys-Meyers), um irlandês de origem humilde, ex jogador de tênis que agora dá aulas em um clube para milhonários, lá ele conhece o playboyTom Hewett (Matthew Goode) e logo tornam-se amigos, Tom lhe apresenta sua irmã Chloe (a ótima Emily Mortimer), que depois de programas culturais com o rapaz acaba se envolvendo, mas aí Chris conhece Nola (a bela Scarlett Johansson) noiva de Tom e a atração é instantânea. Não demora muito para que Chris vá ganhando a confiança da familia Hewett, ganha um alto cargo na empresa da familia e acaba se casando com Chloe, mas sem nunca tirar Nola da cabeça, chegando a arriscar sua posição e sua situação fincanceira por esse affair.
O filme é tão interessante e envolvente que os 124 minutos de projeção nem são sentidos, e o final é tão supreendente que deixa o espectador com os nervos à flor da pele pra saber como isso tudo vai terminar. Diversão de primeira!

Incrível como algumas músicas desencadeiam lembranças guardadas bem no fundo do inconsciente. O disco “To The Faithfull Departed” dos Cranbe...