sábado, fevereiro 28, 2009

Who Watch The Watchmen?

Baseado na Graphic Novel Watchmen, dividida em 12 edições e lançada em 1987 escrita por Alan Moore e ilustrada por David Gibbons. Desacreditada pela editora DC Comics na época, a série surpreendeu, tornou-se Cult e até hoje conquista novos admiradores. A direção da adapatação dos quadrinhos para o cinema deu-se pelas mãos do Zack Snyder, fã confesso, que tinha adaptado com sucesso “300” de Frank Miller.
O projeto rodava por Hollywood desde os anos 90 e quase saiu do papel pelas mãos de Paul Greengras. E recentemente a produção correu o risco de não estrear, pois a Fox se dizia dona dos direitos e exigia uma participação nos lucros, depois de muita especulação, um acordo foi feito entre os dois estúdios.

Muitos julgavam a obra impossível de ser adaptada para as telas devido a complexidade da estória e o conteúdo adulto da revista (violência, nudez e sexo). Mas o diretor provou não só que é possível, como entregou uma adaptação extremamente fiel, ousada e violenta. Apenas com uma leve alteração do final, o que deve desagradar os fãs mais conservadores, mas a mensagem foi mantida. E é isso que realmente importa.

A estória se passa em meados da década de 80, os EUA vivem numa espécie de realidade alternativa, em meio a Guerra Fria, a tensão de um ataque nuclear da União Soviética é constante; e Richard Nixon é eleito o presidente da nação pela terceira vez consecutiva. Em meio aos conflitos presenciamos o violento assassinato de Edward Blake (Jeffrey Dean Morgan), mais conhecido por Comediante. Blake era um dos Minutemen, um grupo de pessoas comuns que combatiam o crime fantasiadas e que foi formado nos anos 40.

A segunda geração desses combatentes foi batizada de Watchmen e atuou nas ruas até 1977, quando foi criada a lei Keene, que tornava ilegal a atividade de justiceiros mascarados. O assasinato do Comediante faz com que os componentes tirem suas fantasias do armário e voltem a se reunir e descobrir quem está por trás do crime.

A equipe é formada por Dr. Manhattan (Billy Crudup), o único do grupo que tem poderes, pois foi vítima de um acidente nuclear e se tornou azul, luminoso e além disso anda completamente nu. Coruja (Patrick Wilson), um inventor e de Laurie (Malin Akerman), filha de Sally Jupiter (Carla Gugino), uma das antigas componentes do Minutemen. Já Rorschach (Jackie Earle Haley), é uma espécie de detetive, violento e linha dura, usa uma mascara com manchas independentes que se movem e com certeza é o personagens mais fascinante da obra e Ozymandias (Matthew Goode), o homem mais inteligente do mundo.

Um dos aspectos mais fascinantes de Watchmen é a complexidade dos personagens, que são Anti-Heróis, cada um deles tem seus defeitos, e esses são esmiuçados através de flashbacks, apesar de tudo são apenas humanos fantasiados. O excesso de diálogos e a longa duração (2h e 40 min.), pode decepcionar aos que não são habituados a ler quadrinhos, principalmente os que buscam as adaptações cheias de ação com muitos efeitos especiais, aos quais o grande público está acostumado.

A versão do Diretor que será lançada em DVD ainda contará com mais de uma hora de cenas inéditas, e deverá englobar pequenas sub tramas que ficaram fora da adaptação. Além disso, em abril será lançado em DVD, o longa animado Contos do Cargueiro Negro, uma HQ que é lida pelos personagens.

terça-feira, fevereiro 17, 2009

De Encher Os Olhos


Dirigido por Henry Sellick, diretor do cultuado O Estranho Mundo de Jack (1993), Coraline e o Mundo Secreto é uma adaptação para as telas do romance juvenil homônimo escrito por Neil Gaiman. Todo produzido em stop motion, ou seja, os bonecos são animados de forma artesanal quadro a quadro, o filme demorou dois anos para ser produzido e o resultado impressiona e enche os olhos dos espectadores de todas as idades.

A animação conta a estória de Coraline (nunca a chame de Caroline), ela acaba de se mudar com os pais para o Condomínio Mansão Rosa, como é filha única, ela tenta chamar a atenção dos pais a todo momento, mas estes só ligam para o trabalho. Então, por sugestão do Pai, ela passa a explorar todos os cômodos da casa que tem mais de 100 anos e visitar os excêntricos vizinhos: Spink e Forcible, duas velhas atrizes de teatro aposentadas que moram abaixo, seus três cachorros e o Senhor Bobinsky, que mora no andar de cima, um artista circense que treina camundongos saltitantes. Ela também conhece Wybie, um garoto da sua idade, neto da dona da casa e um estranho gato preto.

Em uma de suas explorações ela descobre por trás do papel de parede uma pequena porta com fechadura, mas ao abri-la não há nada, apenas tijolos. Mas quando seu amigo a presenteia com uma boneca que parece muito com ela, a portinhola se abre e a leva uma espécie de realidade alternativa, onde tudo é igual à sua casa, mas sem as chateações do mundo onde vive. Há outra Mãe e outro Pai que fazem todas as suas vontades, mas com um detalhe curioso, eles têm botões no lugar dos olhos.

Caroline lembra bastante o ótimo A Noiva Cadáver de Tim Burton e o clássico Alice no País das Maravilhas, inclusive traz vários trechos que parecem homenagear o livro de Lewis Carol, tais como um mondo paralelo mágico, aparentemente agradável, mas cheio de perigos com uma rainha malvada, dentre outras referências. O visual sombrio e alguns momentos mais assustadores e cheios de suspense podem assustar os mais novinhos, mas não há dúvidas que o longa agrada tanto a crianças como adultos.

Grandioso


Dirigido pelo australiano Baz Luhrmann realizador de pérolas como Mouling Rouge e a versão moderna de Romeu e Julieta. Estrelado pelos também australianos Nicole Kidman e Hugh Jackman, Austrália é um belo filme, repleto de paisagens belíssimas, grandioso em todos os sentidos, a fita segue a cartilha estética das antigas grandes produções como “E o Vento Levou” de 1939, não por acaso o filme também se passa nesse ano.

Com um orçamento gigantesco de quase 150 Milhões, um roteiro que enfoca conflitos rurais e guerra, longas filmagens (nove meses), além da grande duração (165 Min.), mas com uma diferença sem os cenários gigantescos de encher os olhos que são substituídos pela eficiente computação gráfica, os americanos não entraram no clima e o longa foi um dos grandes fracassos financeiros da temporada.

O filme é narrado por Nullah (o estreante Brandon Walters), um garoto aborígene que conta a estória de Lady Ashley, uma Nicole Kidman, um tanto caricata mas que vai melhorando com o desenrolar da estória. Ela interpreta uma aristocrata inglesa que vai ao encontro do marido no norte da Austrália, mas ao chegar descobre que ele foi assassinado. E acaba herdando a fazenda falida e duas mil cabeças de gado que precisam ser vendidas. Pra não perder a fazenda, ela recorre ao rude Capataz (Hugh Jackman, fazendo a mulherada suspirar), não preciso dizer que após a antipátia inicial surge um romance.

Austrália é uma boa pedida pra quem gosta de um épico bem realizado, que mistura romance, drama, guerra e um pouco de comédia. Além disso, pode-se aprender um pouco mais da cultura do país dos cangurus. O filme também aborda o misticismo do povo aborígene e o famoso caso das Gerações Perdidas, em que os garotos eram arrancados das tribos para serem “educados e civilizados” pela igreja. O longa teve apenas uma indicação ao Oscar na categoria Melhor Figurino, mas Hugh Jackman será o apresentado da cerimônia esse ano.

Incrível como algumas músicas desencadeiam lembranças guardadas bem no fundo do inconsciente. O disco “To The Faithfull Departed” dos Cranbe...