sábado, setembro 17, 2011

Qualidade Argentina


Dirigido e escrito por Guillermo Grillo, diretor do curta “Bar de La Mala Noche”, Fantasma de Buenos Aires é um daqueles filmes em que você espera muita coisa, mas acaba te surpreendendo e conquistando sem esforço.

O longa argentino aposta na simplicidade nota-se claramente que o longa foi realizado com um orçamento baixíssimo. E o que lhe falta em recursos lhe sobra em criatividade, competência e muita qualidade técnica. Destaque para a edição, direção de arte e a fotografia impecáveis, aliados a uma deliciosa trilha sonora.

É difícil classificar a película em um único gênero. O roteiro eclético vai do terror ao humor, sem nunca perder o rumo e a essência. Além disso, ainda se intercalam duas histórias paralelas, separadas por séculos diferentes e que obviamente se cruzam. Esses excessos que poderiam estragar o desenvolvimento da estória, acabam por torná-la ainda mais interessante.

Fantasma conta a história de um grupo de amigos que tomados pelo tédio decidem jogar Ouija ou “jogo do copo” em que um espírito responde perguntas movimentando um copo em um tabuleiro. Mas a brincadeira acaba mal, o copo se espatifa no chão e o fantasma passa a assombrar a casa.

A partir daí nasce uma improvável amizade entre Tomás (o ótimo, Estanislao Silveyra) e o fantasma de Canaveri (Ivan Espeche), um boêmio assassinado na década de 20. Os dois fazem um pacto, a entidade lhe contará tudo que acontece no além-túmulo se ele lhe emprestar seu corpo por alguns dias para que ele resolva um assunto que ficou pendente.

Fantasma de Buenos Aires é uma grata surpresa do novo cinema argentino, que a cada ano se supera e supreende na qualidade de suas películas. Os hermanos têm muito a ensinar ao cinema brasileiro.

Incrível como algumas músicas desencadeiam lembranças guardadas bem no fundo do inconsciente. O disco “To The Faithfull Departed” dos Cranbe...