sábado, julho 12, 2008

Sem diálogos, mas com muito sentimento.


A Pixar já se tornou sinônimo de animações de qualidade tanto visualmente quanto pelos roteiros divertidos e inteligentes e a cada longa eles se superam, dessa vez somos apresentados ao carismático Wall – E ou se preferir: Waste Allocation Load Lifter - Earth Class. Somente no primeiro fim de semana, o novo longa arrecadou mais de 62 Milhões de Dólares somente nos E.U.A.
Dirigido por Andrew Stanton (diretor de Crônicas de Nárnia e Procurando Nemo), o filme não possui um único diálogo, em mais de 40 minutos de projeção, toda a estória é contada através de imagens, aliás belas imagens. Isso apenas engrandece a qualidade do longa, afinal de contas robôs não falam. O desastrado personagem ganha a simpatia do público apenas com a expressão de seus olhos, pequenos gestos e alguns sons robotizados, criados pelo desenhista de som Ben Burtt, ele é responsável pelo som de personagens famosos como R2-D2 de Star Wars e do E.T. de Steven Spielberg.
A trama se passa no futuro, 700 anos a frente, a poluição na terra chegou a níveis impossíveis a sobrevivência humana, então a população embarcou em uma espécie de cruzeiro espacial, enquanto o planeta passa por uma faxina feita por robôs. A missão deveria durar cinco anos, mas algo deu errado e já se passaram quase sete séculos. Então somos apresentados ao solitário Wall-E, o único robô em atividade, ele passa o dia compactando e empilhando cubos de sujeira, formando verdadeiros edifícios de lixo. Ele repete todos os dias a mesma rotina, tendo como companhia apenas uma barata, colecionando velhos objetos esquecidos e assistindo todas as noites uma cópia em VHS de Alô, Dolly (1969), que alimenta seus sonhos românticos. Então depois de anos de solidão ele recebe a visita de uma nave que traz EVA, uma robozinha com visual arrojado criado pela Apple (criadora do I-Pod), por quem Wall- E imediatamente se apaixona e sua monótona vida passa por uma grande mudança.
Outro ponto interessante além da mensagem ecológica que o filme passa, afinal de contas não estamos muito longe dessa situação, é a alfinetada aos seres humanos atuais para que eles repensem seu modo de vida, e vejam no que podem se transformar num futuro não muito distante. Mal acostumados, os habitantes da terra vivem deitados sob poltronas flutuantes, tornaram-se tão obesos que perderam a capacidade de andar e a comunicação tornou-se restrita a meios eletrônicos, uma alusão aos messengers tão populares hoje em dia.
Uma última informação: Não chegue atrasado a sessão, pois como todo filme da Pixar, antes do filme tem um curta metragem genial, esse sobre um mágico e seu coelho que a todo custo tenta comer uma cenoura e se recusa a sair da cartola. Simplesmente imperdível.

Um comentário:

Fabrício Veloso disse...

um dos melhores filmes do ano, sem duvida nenhuma...criativo, original (a sua primeira parte é um primor).

Incrível como algumas músicas desencadeiam lembranças guardadas bem no fundo do inconsciente. O disco “To The Faithfull Departed” dos Cranbe...