quinta-feira, julho 31, 2008

Santa Eficência, Batman!

Batman foi um dos percussores das adaptações de quadrinhos ao cinema em 1989, pelas mãos de Tim Burton e com o sumido Michael Keaton no papel principal. Burton ainda comandou a seqüência em 1992. Então em 1995, Joel Schumacher assumiu o posto de diretor em Batman Eternamente, dessa vez com o também sumido Val Kilmer interpretando o herói e em 1997, o mesmo Schumacher, praticamente sepultou a franquia com o mal fadado Batman e Robin, dessa vez com George Clooney, nem o carisma do galã salvou a fita do desastre total e o filme ainda hoje é motivo de chacota, pelo roteiro fraco e o excesso de vilões.

Então, quando todos pensavam que Batman era assunto encerrado, em 2003 a Warner Bros. anuncia que vai produzir um novo capítulo da série. Diretores como Wolfgang Petersen (Tróia, Poseidon) e David Fincher (Clube da Luta, Zodíaco, Seven) esteviveram envolvidos no projeto, mas ambos desistiram da empreitada. Há rumores de que até Clint Eastwood foi convidado para o cargo.

Então, eis que surge Cristopher Nolan, autor de filmes pequenos como Amnésia, então o estúdio ignorou todos os capítulos anteriores e recomeçou do zero, mostrando as origens do herói, seu treinamento e caprichando no tom mais sombrio e realista, resultando em um dos grandes filmes da série, com cenas de ação impressionantes e um dos melhores interpretes do herói no cinema Cristian Bale, o final deixa uma ponta escancarada para o próximo capítulo, uma carta de baralho e uma risada sinistra já preparavam o público para o que está por vir.

Já em 2008, o mesmo Nolan dirige a seqüência Batman – O Cavaleiro das Trevas, os cartazes, trailers e teasers já mostravam que o Coringa seria assustador e não ficaria devendo nada ou superaria a atuação de Jack Nicolson.
Então, poucos dias antes do lançamento, uma notícia choca Hollywood, Heath Ledger, o ator que interpretou o coringa é encontrado morto em seu apartamento em Nova York, vítima de overdose acidental de medicamentos para depressão.

A tragédia parece ter criado uma espécie de marketing involuntário, aliado as boas críticas o longa vem recebendo, e resultado disso tudo é que o filme batendo todos os recordes de bilheteria. Há uma estimativa de que em pouco mais de dez dias de exibição, o filme arrecadou mais de 300 Milhões de dólares somente nos Estados Unidos. E o principal fator parece ser a impressionante atuação de Ledger, que soube dosar o terror causado pela apavorante aparência do personagem com o seu humor negro doentio e acabou ofuscando o herói, pois o filme praticamente é do coringa.

Esse novo filme se passa numa Gothan City caótica, a primeira cena já mostra um ousado roubo de banco liderado pelo Coringa (Heath Ledger, perfeito) que vai desencadear um plano maquiavélico para dominar a máfia chinesa e futuramente se tornar o chefão de todos os criminosos da cidade, a todo instante crescem os ataques e assaltos maquinados pelo palhaço do crime, espalhando o caos por toda cidade, tudo isso com o único propósito de desmoralizar e destruir o homem morcego.

Os últimos acontecimentos criam uma tensão entre as autoridades de Gothan, encabeçada pelo promotor Harvey Dent (Aaron Eckhart) que acusa o tenente e futuro comissário Jim Gordon (Gary Oldman) de omissão; a trama ainda conta com a assistente da promotoria Rachel Dawes (Maggie Gyllenhaal, substituindo a Sra. Tom Cruise, Katie Holmes), ex de Bruce Wayne (Cristhian Bale), que agora namora Dent.

Essa é só a premissa básica do intrincado roteiro, cheio de tramas paralelas, que exigem atenção total, um descuido pode comprometer o entendimento da estória.
Com todos os recordes e muito dinheiro em caixa, os rumores de um terceiro capítulo já começam a pipocar, a última notícia conta que Angelina Jolie está interessada em viver a Mulher Gato, há inclusive uma piada de Lucius Fox (Morgan Freeman) ao apresentar o novo traje do herói, ele conta que a roupa só não é resistente a gatos. Seria uma pista?
Clique aqui para assistir ao trailer (Legendado)

quinta-feira, julho 17, 2008

Jogo de Sedução


Baseado no best seller A Irmã de Ana Bolena da escritora Philipa Gregory e dirigido por Justin Chadwick, o drama A Outra, conta a história da polêmica relação entre Ana Bolena e o Rei Henrique VIII através de um novo ângulo, envolvendo a outra irmã da personagem, que se chamava Mary. Esse triângulo amoroso é praticamente ignorado pelos livros de história, mas a adaptação do romance para o cinema esclarece esse importante trecho da história da Inglaterra.
A trama inicia-se na infância das personagens principais, mostrando a relação de amizade entre as irmãs. Alguns anos mais tarde, o pai Thomas Bolena (Mark Rylance) convida o Rei Henrique VIII (Eric Bana), para hospedar-se em suas terras. Em busca de prestígio e ascensão social, o patriarca apresenta a filha mais velha Ana (Natalie Portman, em uma atuação excelente) ao Rei no intuito de que esse se interesse por ela e a tome como sua amante, já que corre o rumor de que o governante não está muito satisfeito com a esposa, Catarina de Aragão (Ana Torrent), pois ela não consegue lhe dar um herdeiro. Então durante uma caçada, por culpa de Ana, o rei acaba se ferindo e fica desacordado, atrapalhando totalmente os planos da família. Mas ao acordar, o Monarca encanta-se pela filha caçula Mary (Scarlett Johansson), moça doce e tímida que acabou de se casar com o filho de um mercador, mas isso não é nenhum empecilho aos interesses reais. Então a família Bolena deixa o campo e instala-se na Corte e a partir daí começa um jogo de sedução e interesses, que leva as duas irmãs a disputarem o amor do mesmo homem. Com isso vão se desenrolando fatos históricos presentes nas aulas de história, como o rompimento do Rei com a Igreja Católica, pois a instituição não permitia a anulação do seu casamento, além da união de Henrique com Ana que gerou a notória Elizabeth, que assumiria o trono anos mais tarde e que também teve sua história contada no cinema em dois filmes estrelados por Cate Blanchett.
O filme é um drama histórico ágil, cheio de intrigas e reviravoltas, possui um elenco invejável, além disso, o longa apresenta belos cenários, figurinos caprichados. Mesmo que conhece a história acaba se envolvendo com esse jogo de sedução travado pelas irmãs Bolena.

sábado, julho 12, 2008

Sem diálogos, mas com muito sentimento.


A Pixar já se tornou sinônimo de animações de qualidade tanto visualmente quanto pelos roteiros divertidos e inteligentes e a cada longa eles se superam, dessa vez somos apresentados ao carismático Wall – E ou se preferir: Waste Allocation Load Lifter - Earth Class. Somente no primeiro fim de semana, o novo longa arrecadou mais de 62 Milhões de Dólares somente nos E.U.A.
Dirigido por Andrew Stanton (diretor de Crônicas de Nárnia e Procurando Nemo), o filme não possui um único diálogo, em mais de 40 minutos de projeção, toda a estória é contada através de imagens, aliás belas imagens. Isso apenas engrandece a qualidade do longa, afinal de contas robôs não falam. O desastrado personagem ganha a simpatia do público apenas com a expressão de seus olhos, pequenos gestos e alguns sons robotizados, criados pelo desenhista de som Ben Burtt, ele é responsável pelo som de personagens famosos como R2-D2 de Star Wars e do E.T. de Steven Spielberg.
A trama se passa no futuro, 700 anos a frente, a poluição na terra chegou a níveis impossíveis a sobrevivência humana, então a população embarcou em uma espécie de cruzeiro espacial, enquanto o planeta passa por uma faxina feita por robôs. A missão deveria durar cinco anos, mas algo deu errado e já se passaram quase sete séculos. Então somos apresentados ao solitário Wall-E, o único robô em atividade, ele passa o dia compactando e empilhando cubos de sujeira, formando verdadeiros edifícios de lixo. Ele repete todos os dias a mesma rotina, tendo como companhia apenas uma barata, colecionando velhos objetos esquecidos e assistindo todas as noites uma cópia em VHS de Alô, Dolly (1969), que alimenta seus sonhos românticos. Então depois de anos de solidão ele recebe a visita de uma nave que traz EVA, uma robozinha com visual arrojado criado pela Apple (criadora do I-Pod), por quem Wall- E imediatamente se apaixona e sua monótona vida passa por uma grande mudança.
Outro ponto interessante além da mensagem ecológica que o filme passa, afinal de contas não estamos muito longe dessa situação, é a alfinetada aos seres humanos atuais para que eles repensem seu modo de vida, e vejam no que podem se transformar num futuro não muito distante. Mal acostumados, os habitantes da terra vivem deitados sob poltronas flutuantes, tornaram-se tão obesos que perderam a capacidade de andar e a comunicação tornou-se restrita a meios eletrônicos, uma alusão aos messengers tão populares hoje em dia.
Uma última informação: Não chegue atrasado a sessão, pois como todo filme da Pixar, antes do filme tem um curta metragem genial, esse sobre um mágico e seu coelho que a todo custo tenta comer uma cenoura e se recusa a sair da cartola. Simplesmente imperdível.

Incrível como algumas músicas desencadeiam lembranças guardadas bem no fundo do inconsciente. O disco “To The Faithfull Departed” dos Cranbe...