sábado, junho 21, 2008

Perda de Tempo


O diretor indiano M. Night Shyamalan causou frisson em Hollywood em 1999 com seu O Sexto Sentido, pra quem não lembra aquele filme do garotinho que via gente morta. O exagero foi tanto, que chegaram a chamá-lo de o sucessor de Hitchcock, o cineasta inclusive chega a fazer pequenas pontas em seus filmes, tal qual o mestre do suspense. Desde então cada trabalho seu é recebido com expectativa pelo público. Que se acostumou com seus suspenses bem construídos, como pelos finais surpreendentes contidos em suas obras como Corpo Fechado (2001), Sinais (2003) e A Vila (2005). Alguns anos depois, o diretor conhece seu primeiro fracasso comercial, o malfadado A Dama Na Água (2006). A obra sobre uma ninfa marinha na piscina de um condomínio foi rejeitada pela Disney, desmanchando-se uma das parcerias mais sólidas da indústria do cinema. Então, a Warner abraçou o projeto e o resultado foi bem aquém ao esperado. O público e a crítica não compreenderam ou não aprovaram a fábula baseada nas histórias de ninar que ele conta aos filhos, e o longa naufragou feio nas bilheterias. Uma tremenda injustiça.
Depois do fracasso, Shyamalan tenta desesperadamente emplacar mais um sucesso, com esse Fim Dos Tempos. O filme estreou mundialmente numa sexta feira 13 e contrariando as pessimistas previsões dos especialistas, teve até uma bilheteria razoável, cerca de 30 Milhões em três dias, levando em consideração que batia de frente com um blockbuster como O Incrível Hulk, é um resultado excelente.
Os primeiros cartazes e trailers prometiam muito, um roteiro apocalíptico, interessante e bem violento. Mas eram apenas falsas promessas, o resultado é desastroso, a única promessa cumprida foi a violência, as cenas realmente chocam, mas é só isso.
A estória conta sobre um fenômeno inexplicável, numa manhã comum, centenas de pessoas agem de forma estranha, dizem coisas sem sentido e em seguida se matam. A primeira hipótese é terrorismo, a paranóia preferida dos americanos. Mas posteriormente descobre-se ser uma vingança da natureza, ou algo assim, já que as plantas estão liberando uma toxina que desliga no cérebro dos humanos o senso de proteção e os fazem cometer suicídio. Então conhecemos Elliot (Mark Walhberg), um professor de ciência que sempre tem uma explicação na ponta da língua. Ele, a esposa Alma (Zoey Deschanel), seu melhor amigo Julian (John Leguizamo) e a filha dele Jess (Ashlyn Sanchez) partem da Filadélfia (os filmes do diretor sempre se passam aqui) para os campos, tentando escapar da toxina que se espalha pelo vento, a correria cansa rapidinho.
E o filme é somente isso, um ingresso jogado fora ou uma hora e meia desperdiçada. Resultados de um filme morno, aborrecido, com personagens sem graça, muitas cenas violentas bem desenvolvidas e um suspense que não assusta. Uma idéia mal desenvolvida, o vento como vilão invisível poderia ser bem aterrador. E o final ainda deixa uma ponta para uma continuação. Socorro!
Clique aqui e assista ao ótimo trailer (legendado em português).

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