terça-feira, setembro 05, 2006

Um Belo Conto De Fadas



Só pra começar, nesse filme não tem final surpresa, como estamos acostumados a ver nos filmes do diretor de O Sexto Sentido, nem por isso ele é ruim, pelo contrário é um belo conto de fadas, pois foi baseado em uma história inventada pelo diretor para fazer suas filhas dormirem, mas isso não impede que tenha um bom punhado de suspense e tensão e um toque de humor.
A Disney financiadora dos projetos anteriores do cineasta não aceitou filmar este projeto, fazendo com que a lucrativa parceria fosse rompida, daí a Warner Bros. Assumiu o projeto de braços abertos, dando total liberdade ao diretor, mas o tiro saiu pela culatra, pois a crítica bombardeou o filme com críticas negativas e os americanos ignoraram o filme fazendo com que não fosse tão bem nas bilheterias quanto se esperava.
O filme inicia com uma simples, mas interessante animação onde o narrador conta a lenda da amizade entre os homens da superfície e o povo do mar, mas com o passar do tempo à ganância dos homens por terras, afastou-os do litoral e essa amizade foi sendo esquecida, mas o povo do mar ainda persiste e continua mandando seus emissários contatarem os humanos, mas esse contato requer muitos cuidados, pois os perigos são muitos, começando pelos “Scrunts”, uma espécie de lobo feito de grama que caça sem piedade quem se atreve a sair da água.
Em um condomínio somos apresentados a Cleeveland Heep (o excelente Paul Giamanti), o zelador do condomínio que está desconfiado que alguém esteja usando a piscina do prédio após o horário permitido, daí ele encontra uma moça chamada Story (Bryce Dallas Howard, a cega de A Vila) que revela ser uma Narf (ninfa marinha) e explica que tem uma missão a cumprir na terra: encontrar um humano que mora ali e inspira-lo a escrever um livro que mudará a história da humanidade, mas Story corre perigo e sua missão não será nada fácil.
O filme conta com personagens bem construídos e interessantes, como os moradores do condomínio com suas esquisitices e características marcantes, por exemplo temos um crítico de cinema, que segundo boatos foi o motivo da crítica ter avacalhado o filme, um sujeito fechado, sem amigos e sempre de mal com o mundo, ou a senhora coreana que não fala inglês e sua fila que são uma parte fundamental na estória, os latinos barulhentos e um monte de outros tipos.
No fim das contas, não é o melhor filme do diretor, A Vila ainda ocupa esse espaço na minha mente, mas nem por isso de ser divertido.

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