Depois de atraso de quase um ano em relação ao lançamento americano (em novembro do ano passado), resultado de vários adiamentos por parte da distribuidora, finalmente O Nevoeiro chega às telas brasileiras. A fita é uma adaptção do conto “The Mist” que faz parte da antologia “Tripulação de Esqueletos” do mestre do terror moderno Stephen King. Dirigido e roteirizado pelo competente Frank Darabont, em sua terceira adaptação de uma obra de King para o cinema. (Um Sonho de Liberdade e À Espera de um Milagre também foram dirigidos por ele).
O filme inicia mostrando uma forte tempestade que caiu sobre uma cidadezinha do estado americano do Maine, onde geralmente as obras do autor se passam. Então após a tempestade David Drayton (Thomas Jane) constata que os telefones não funcionam, muitas árvores foram arrancadas pelo vento e uma densa neblina está cobrindo a cidade, o fenômeno inusitado pega de surpresa os moradores que faziam compras no supermercado, fazendo com que todos se refugiem no local.
A tensão aumenta quando um senhor aparece na porta sangrando e gritando que algo se esconde no nevoeiro. Algumas pessoas nem dão atenção, e não demora muito para que elas percebam que ele está falando a verdade. E é nesse cenário pequeno, cheio de pessoas diferentes, que a tensão vai aumentando a cada minuto. Não apenas pelos monstros que começam a atacar, mas pela diversidade de personalidades que são obrigadas a conviver naquele espaço e enfrentar o perigo eminente.
O filme peca em alguns momentos no quesito efeitos especiais, que chegam a ser tacanhos (repare na cena do incêndio), mas nada que atrapalhe a tensão e os bons sustos que a fita reserva. E para completar o filme tem um dos finais mais ousados e surpreendentes de todos os tempos, capaz de dividir opiniões e levantar boas discussões. Defeitos e controvérsias a parte, uma coisa ninguém pode negar O Nevoeiro é assustador e muito corajoso.